Soneto da solidão

Entre as batidas intercaladas nesse peito de dor

E os sussurros de tristeza que por vezes escuto,

Sinto o gosto amargo, das lembranças, do pior rancor

De uma vida, que me tomam os olhos às lágrimas.

Sábios são àqueles que não amam.

Àqueles que se escondem por medo.

Pois pena sinto dos que sonham,

Daqueles que um dia só terão mágoas.

A solidão é como uma tempestade no mar,

Horrível para quem vê ou sente,

E negra como o espírito dos que pecam.

Eu como bom pecador, me recuso sonhar,

Já que carrego em mim essa tempestade indiferente,

Já que nunca aprendi a amar...