Decepção terrena

Decepção terrena

Eu pus-me, num momento, a acreditar

que eu fosse dentre os homens Realeza.

Pensei que eu fosse um servo da Beleza

curvado eternamente ao seu altar.

E, crendo nisso, quis determinar

o que me dava uma outra natureza.

Procuro em mim a essência da nobreza,

porém em mim me busco sem me achar.

Onde meu sonho e a força do desejo?

Onde eu mesmo? Onde o nobre? Nada vejo –

que a escuridão terrena faz não ver.

Onde a grandeza? Em mim a pressentia!

E o calor que julguei na alma fria?

– Ânsia vazia imersa em não-prazer.

Filipe Cavalcante

11-12.05.2010

FILIPE CAVALCANTE
Enviado por FILIPE CAVALCANTE em 05/12/2010
Código do texto: T2653994