A PARTIR DO "CAMÕES, GRANDE CAMÕES" DE BOCAGE: Olavo, grande Olavo

(A Olavo Bilac)

Olavo, grande Olavo, semelhante

acho teu fado ao meu, quando versejo.

Igual causa nos fez, do lar no adejo,

achar a solidão, negro gigante.

Como tu, junto aos livros estafantes

de normas pra lembrar, no horror me vejo.

Como tu, a alegria em vão desejo,

os amigos lembrando, e a bela amante.

Ludíbrio, como tu, do curso errado,

Meu fim deve ser Letras, não Direito.

Sei que só terei paz tendo mudado.

Sigo o modelo teu, mas... imperfeito!...

Por que se imito os transes do teu fado,

não te imito na audácia do teu feito.

Filipe Cavalcante

08.11.2010

FILIPE CAVALCANTE
Enviado por FILIPE CAVALCANTE em 05/12/2010
Reeditado em 05/12/2010
Código do texto: T2653986