AMANTE DA NATUREZA
Sombras rendadas a parede bordam
Uma luz baça se espalha sobre a mesa
Horas de inquietude, de incerteza,
Sobre a noite que chega, se derramam.
O poente outrora - que beleza!
Pássaros, flores, todos que se amam,
O céu, as nuvens, o mar, todos te chamam,
Porque eras tu a própria natureza.
Sombras rendadas minha alma turvam,
O peito e a fronte para o fim se curvam
Esta saudade amiga e companheira
Faz-me sentir na hora derradeira.
Nada me anima, nada me conforta
Porque a natureza hoje está morta.