PULMÕES SEM RESPIRO

Vamos às mãos de Deus nos repousar

Com as fraquezas nossas que nos formam.

Estirar-nos com forças sobre seu Ar

Com a tranqüila paz dos monges que oram.

Perder-nos do momento e silenciar

Nossas razões e vozes, que devoram

O âmago de nós mesmos, a anunciar

Que cessa-nos a vida quando choram

Os calados pulmões sem o respiro

Do Ar protetor de Deus que é o grande Amor

A habitar dentro d'alma como flor

A desabrochar bela num suspiro

Da feliz sintonia dos amantes

Que hoje ao nada se largam -- tão distantes...