UM GATO FEIO
Odir, de passagem
Eu tinha um gato feio, rabugento,
de cor quase sem cor, meio mourisco,
um felino fajuto e fedorento,
um pouco cordial, um pouco arisco.
De boca bigoduda e passo lento,
via no rato o seu melhor petisco.
Pelas noites, de sexo sedento,
gemia e soluçava no belisco.
Em certa noite, um gato preto, imenso
mordeu-o no pescoço. Ele desceu
do telhado, sangrando. Com meu lenço
tentei salvá-lo: o sangue não cedeu!
Até hoje inda choro, quando penso
no gato feio que aos meus pés morreu!
JPessoa, 30.11.10
Odir, de passagem
Eu tinha um gato feio, rabugento,
de cor quase sem cor, meio mourisco,
um felino fajuto e fedorento,
um pouco cordial, um pouco arisco.
De boca bigoduda e passo lento,
via no rato o seu melhor petisco.
Pelas noites, de sexo sedento,
gemia e soluçava no belisco.
Em certa noite, um gato preto, imenso
mordeu-o no pescoço. Ele desceu
do telhado, sangrando. Com meu lenço
tentei salvá-lo: o sangue não cedeu!
Até hoje inda choro, quando penso
no gato feio que aos meus pés morreu!
JPessoa, 30.11.10