SILHUETA
De longe, muito longe, da estrada
Avista-se um vulto na amplidão.
No céu, a silhueta recortada,
Mais parece mãos postas em oração.
Serpenteando a encosta, na baixada,
Ligeiro vai regato cristalino...
Como longe o pinheiro vi da estrada
Lá vai também meu tempo de menino!
E, agora, quando o céu eu olho
A torrente da tristeza me invade
Mais depressa que o regato cristalino!
Por que no mar da vida encontro escolho
Que me faz da infância ter saudade?
Saudade do meu tempo de menino...