SILHUETA

De longe, muito longe, da estrada

Avista-se um vulto na amplidão.

No céu, a silhueta recortada,

Mais parece mãos postas em oração.

Serpenteando a encosta, na baixada,

Ligeiro vai regato cristalino...

Como longe o pinheiro vi da estrada

Lá vai também meu tempo de menino!

E, agora, quando o céu eu olho

A torrente da tristeza me invade

Mais depressa que o regato cristalino!

Por que no mar da vida encontro escolho

Que me faz da infância ter saudade?

Saudade do meu tempo de menino...

Marísia Vieira
Enviado por Marísia Vieira em 01/12/2010
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