Não quero que tu saibas o quanto choro
Nas noites em que vaga em mim a solidão
E os meus olhos trazem de longe tua visão
Para os meus beijos cálidos, onde demoro
 
Beijo tua boca, onírica flor da minha noite
Enlaço o teu corpo no meu corpo desnudado
E as lembranças me vêm como em açoite
Nas dolorosas brumas envoltas ao passado
 
Têm a dolência dos espinhos de uma flor
O abandono inquieto da fria madrugada
Que reflete o meu olhar nos olhos da dor
 
A vasta noite embebe-se de um místico olor
Acalentando o choro na minha face molhada
Sonha minha alma pra eu não morrer de amor