P R O C U R A N T E

PROCURANTE

Procuro minha identidade em chão distante;

piso o piso da estrada que se perde ao longe.

Sou caravaneiro sem troféu e sem lisonja.

No deserto desta vida sou procurante.

Ao relento do carinho sou quase monge;

sou aquele cuja loucura o não fez farsante,

ainda sei ser gentil, carinhoso e galante,

mas se jura sincera ouço, a má sorte me unge.

Porém, quando chega o término do caminho,

acharei uma gruta para minha morada.

Camuflo a entrada e limpo com muito carinho.

Os móveis simples; de flores toda enfeitada,

para fazer dessa gruta o nosso escaninho,

do mundo escondido, pra mim e a doce amada.

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 30/11/2010
Reeditado em 01/10/2012
Código do texto: T2645271
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