HOMENAGEM A ALVARENGA PEIXOTO

Eu não lastimo o próximo perigo,

Uma escura prisão, estreita e forte;

Lastimo os caros filhos, a consorte,

A perda irreparável de um amigo.

(Alvarenga Peixoto)

HOMENAGEM A ALVARENGA PEIXOTO

Fora o perigo toda a ameaça

A afligir a alma do poeta,

Houvera então ela de ser discreta,

Ante os percalços que a vida traça...

Perder aquela que lhe é dileta,

A companheira que feliz o faça,

Ou a prole, de cujo sangue a massa

É a mesma, mil dores acarreta...

Inda é preciso, também, que se diga

Que muita falta faz ao ser vivente,

Face à proximidade de seus laços,

O bem fadado a preencher espaços

Se forma sólida e permanente,

Pelo calor sem par da alma amiga.

Mario Roberto Guimarães
Enviado por Mario Roberto Guimarães em 30/11/2010
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