Flores íntimas, estrelas confidentes
Contam alguns os seus segredos às flores,
À hora em que a tarde feito um sonho desce,
E a flor na fragrância esparja os seus amores,
Que como a essência do amor na esperança cresce!
Outros aos frequentes e densos ventos rugidores,
Clamando, o peito em fúria, as mãos em prece;
Outros à branca linfa, que essas dores,
Às margens dos ribeiros logo esquece.
Porém eu, para contar os meus martírios,
Busquei aquela estrela que a seguir-me
Vem e de lírios todo o espaço junca.
Contei, sorrindo, o meu segredo a Sírius:
Sei ao menos que ficará ao céu firme,
Pois que as estrelas não se movem nunca.