PERFUME
...Mas ainda ficou o cheiro de cravo,
Um amor que continua sendo escravo;
Tão distante uma canção “al di la”,
Enquanto um sono sereno não há.
Um enlevo quando a brisa aproxima,
Feito uma fada a transformar um clima;
O bom perfume de cravo outra vez,
Que traz num arquejar a placidez.
Trazem as brumas um doce acalanto,
Que deixa no ar um certo quebranto;
E outra canção luminosa se ouve.
Seja a terna lembrança que se aprouve,
Seja o cheiro bom que nunca se esvai;
É amor que fica enquanto a noite cai.
(Luciene Lima Prado)