PERFUME

...Mas ainda ficou o cheiro de cravo,

Um amor que continua sendo escravo;

Tão distante uma canção “al di la”,

Enquanto um sono sereno não há.

Um enlevo quando a brisa aproxima,

Feito uma fada a transformar um clima;

O bom perfume de cravo outra vez,

Que traz num arquejar a placidez.

Trazem as brumas um doce acalanto,

Que deixa no ar um certo quebranto;

E outra canção luminosa se ouve.

Seja a terna lembrança que se aprouve,

Seja o cheiro bom que nunca se esvai;

É amor que fica enquanto a noite cai.

(Luciene Lima Prado)

Luciene Lima Prado
Enviado por Luciene Lima Prado em 28/11/2010
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