LEGADO
O que restará de minhas mãos quando eu me for?
O que ficará da minha essência quando eu partir?
Na derradeira manhã em que viverei o amor,
alguma marca restará do meu sentir?
O que será do que plantei como idéia,
se o que pensei à noite, o mar levou
e o clarão do dia é só a matéria
a dissipar a angustia de quem amou?
Restarão suspensas as gotas de chuva
que das minhas mãos brotaram frias
a aplacar a ardência das feridas.
E esses poemas tolos, onde estou nua
relíquias das tantas noites de vigília
qual legado a contar de minhas vidas.
Marcia Tigani_ novembro 2010
BELO DOMINGO PRÁ VC! BEIJOS E POESIA!