LEGADO

O que restará de minhas mãos quando eu me for?
O que ficará da minha essência quando eu partir?
Na derradeira   manhã  em   que   viverei o amor,
alguma   marca   restará   do   meu   sentir?

O que será do que plantei como idéia,
se o que pensei à noite, o mar levou
e   o   clarão   do  dia   é   só  a  matéria
a dissipar a angustia de quem amou?

Restarão suspensas  as gotas de chuva
que das minhas mãos brotaram frias
a   aplacar   a   ardência   das   feridas.

E esses poemas tolos, onde estou nua
relíquias    das  tantas noites de vigília
qual legado a contar de minhas vidas.

Marcia Tigani_ novembro 2010


BELO DOMINGO PRÁ VC! BEIJOS E POESIA!

MARCIA TIGANI
Enviado por MARCIA TIGANI em 28/11/2010
Reeditado em 28/11/2010
Código do texto: T2641072