Canto nativo (II)

Sou corajosa, nômade, selvática,
caminho pelas matas sem descanso,
bebendo a água pura do remanso,
sou firme, forte, ágil e pragmática.
 
E diga quem quiser que sou errática,
e que meu ser andejo não se amansa,
que não mereço crédito, confiança,
uma selvagem, simples, problemática.
 
A mim não me interessam teu desprezo,
os preconceitos vis, também palpites,
a pequenez que, dentro em ti, se encerra.
 
A minha vida é minha - e muito a prezo  -
meu caminhar é livre, sem limites,
meus ancestrais são filhos dessa terra.
 
Brasília, 26 de Novembro de 2010.

Livro: Cantos de Resistência, pg. 40
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 26/11/2010
Reeditado em 02/08/2020
Código do texto: T2637334
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