Mutações
Edir Pina de Barros
Eu não sou mais riacho transparente,
formando mil cascatas corredias,
turvadas são as águas de meus dias,
e o mar não vejo nunca à minha frente.
A força que só tem água corrente
não tenho mais, nem sonhos, alegrias,
nem sou aquela que manante vias
a deslizar no leito, embora eu tente.
Hoje sou rio que virou represa,
dentro de meus limites vivo presa,
nos ermos de minh’alma, noturnais.
E dentro em mim repousam folhas mortas,
contidas em meus limos, por comportas,
agora eu só versejo. E nada mais.
Brasília, 25 de Novembro de 2010.
Livro: Poesia das Águas, pg.100
Edir Pina de Barros
Eu não sou mais riacho transparente,
formando mil cascatas corredias,
turvadas são as águas de meus dias,
e o mar não vejo nunca à minha frente.
A força que só tem água corrente
não tenho mais, nem sonhos, alegrias,
nem sou aquela que manante vias
a deslizar no leito, embora eu tente.
Hoje sou rio que virou represa,
dentro de meus limites vivo presa,
nos ermos de minh’alma, noturnais.
E dentro em mim repousam folhas mortas,
contidas em meus limos, por comportas,
agora eu só versejo. E nada mais.
Brasília, 25 de Novembro de 2010.
Livro: Poesia das Águas, pg.100