A vida vem e leva e arrasta meu coração
Sem rumo, sem rota, um rio em profusão
Leva meus olhos ensimesmados de saudade
Deste amor que foi em mim cumplicidade
 
O amor que beijava minhas noites e meus dias
Dor que chegava com a  luz da amena aurora
E que deitando-se em meio a estrelas fugidias
Entregava-se aos braços da noite e ia embora
 
Este amor que tinha os olhos pequeninos
Da cor de mares afogados em um céu
Que escutavam o soar dolente da poesia
 
Nos nostálgicos campanários onde os sinos
Ressoavam comovidos cantigas de vinho e mel
É o amor que fez em mim sua eterna moradia