Saudade é o viés soturno da ausência
É a mão solerte que embala o sofrimento
É a dor inata e pungente da existência
É a vida chorando um só lamento
 
É a canção aflita e rouca da maldade
Cantando a sina que sufoca a vida
Recitando elegias, rogando piedade
Vertendo em dor a lágrima escondida
 
Fenece o amor distante, a saudade se insinua
Confrangendo o sentimento sob o triste olhar da lua
Em noites soturnas caminha entre segredos
 
Encobre os meus sonhos, alumbra os meus medos
E no escuro dos meus olhos cada vez ela dói mais
A saudade, impressentida, não vai embora jamais