Soneto do Desdenhado
Abraçar-me numa tarde de verão,
onde a luz da minha vida quase apaga
me fará homem feliz, na combustão
de um mancebo que começa a sua saga!
E terei o meu espírito mais forte,
a minha alma flutuante em teu abraço,
esquecendo a solidão e a dor da Morte,
a fermata em melancólico compasso.
Sentirei teu seio firme no meu peito
e teus braços apertando o corpo meu.
Homogêneos corpos... Tudo é tão perfeito!
Que faria desta vida um jubileu.
Pois a pena que me assola no momento
é o desdém de quem me nega o sentimento.