Soneto do Desdenhado

Abraçar-me numa tarde de verão,

onde a luz da minha vida quase apaga

me fará homem feliz, na combustão

de um mancebo que começa a sua saga!

E terei o meu espírito mais forte,

a minha alma flutuante em teu abraço,

esquecendo a solidão e a dor da Morte,

a fermata em melancólico compasso.

Sentirei teu seio firme no meu peito

e teus braços apertando o corpo meu.

Homogêneos corpos... Tudo é tão perfeito!

Que faria desta vida um jubileu.

Pois a pena que me assola no momento

é o desdém de quem me nega o sentimento.

Cairo Pereira
Enviado por Cairo Pereira em 21/11/2010
Reeditado em 21/03/2021
Código do texto: T2628919
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