Demônios
Os vi brotar como uma rosa no campo:
Antes latente na doce carne dos pagãos
Onde o medo não escondeu suas tragédias.
Das carências de amor, eles nasceram.
Os vi devorar os filhos de meu tempo:
Loucos, carniceiros dos corações,
De onde nascem tuas dolorosas urgias?
Oh possuídos, que teus amores enterraram.
Ouço-os gritar pela noite leviana
Possuindo os amantes como cães
Que já não sabem o que é amar.
Oh homens-demônios de alma insana
Que possuem as virgens legiões
Por que de minha carne não souberam devorar?