Pater Familiae
Antes do sono, beijo as poesículas
Que pelo mais puro amor dei à luz
E as criei vendo a terra como produz
Os frutos queridos de sua vinícola
É o mero da prole que me seduz.
Pois nascem de manjedoura ridícula
As minhas ninfas, filhas e discípulas
Choro em ver que no mundo as pus
E que sem meu sangue não seriam nada
No limbo das letras desencarnadas,
À espera de agraciado como eu.
Quis o anjo que o barro fosse meu
Para as poesias que ninguém escreveu.
Eu! Pai para letras desencarnadas!