Pater Familiae

Antes do sono, beijo as poesículas

Que pelo mais puro amor dei à luz

E as criei vendo a terra como produz

Os frutos queridos de sua vinícola

É o mero da prole que me seduz.

Pois nascem de manjedoura ridícula

As minhas ninfas, filhas e discípulas

Choro em ver que no mundo as pus

E que sem meu sangue não seriam nada

No limbo das letras desencarnadas,

À espera de agraciado como eu.

Quis o anjo que o barro fosse meu

Para as poesias que ninguém escreveu.

Eu! Pai para letras desencarnadas!

LEANDRO RAMOS
Enviado por LEANDRO RAMOS em 19/11/2010
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