A ESTRELA

E de tanto querer os teus puros sorrisos

foi que eu descobri que podia voar,

tu passavas por horas a te deleitar

com meus voos rasantes de afagos precisos.

Eu, então, como vento soprando no mar

deste teu lindo corpo, a descer sem avisos

nas falésias, caminhos tão íngremes, lisos,

em inteiro delírio, bom escorregar.

Tu sorrias ardente e entregue aos agrados

dos açoites tão doces dos sopros molhados

que manavam da minha verdade despida.

Mas pediste que eu ampliasse a subida,

que meu voo atingisse a mais alta estrela

e hoje vivo em teus olhos, tentando colhê-la.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 19/11/2010
Reeditado em 22/11/2010
Código do texto: T2624112
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