A ESTRELA
E de tanto querer os teus puros sorrisos
foi que eu descobri que podia voar,
tu passavas por horas a te deleitar
com meus voos rasantes de afagos precisos.
Eu, então, como vento soprando no mar
deste teu lindo corpo, a descer sem avisos
nas falésias, caminhos tão íngremes, lisos,
em inteiro delírio, bom escorregar.
Tu sorrias ardente e entregue aos agrados
dos açoites tão doces dos sopros molhados
que manavam da minha verdade despida.
Mas pediste que eu ampliasse a subida,
que meu voo atingisse a mais alta estrela
e hoje vivo em teus olhos, tentando colhê-la.