Tulipa Negra

A flor negra que escurece na relva,

Simplesmente macula a paisagem tão fria.

Nas longas noites que se assemelham a uma selva:

A uma selva tão infinda! Tão bravia!!!

Pairando entre as nuves da alvorada,

As tulipas enegrecidas enxovalham com lágrimas;

As cristalinas areias do tempo destroçadas.

Que bradam o canto da agonia tácita!

Toda noite uma gravidade estafada

Embalsama as nuvens cansadas,

Num abismo de dor e esquecimento.

E neste horrível sepulcro da existência,

Jaz aqui a Tulipa Negra

A culpada, a opressiva, a vil violência...