Saudades de mim
 
Há muito não me encontro, não me vejo,
perdi a minha face no teu rosto,
tornei-me gris, cinzento mês de Agosto,
meu corpo mero quarto de despejo;
 
não sinto mais prazer, qualquer desejo,
meu corpo hiberna e está tão indisposto,
tornei-me a pura seiva do desgosto,
amarga, mais amarga que o teu beijo.

Saudade de mim mesma sinto agora,
ser soberana, sem a tua espora, 
é tudo que desejo e que preciso;
 
recuperar o meu amor por mim,
ser meu demônio, ser meu querubim,
colher as belas flores de Narciso.
 
Brasília, 17 de Novembro de 2010.
Seivas d'alma, pg. 50
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 17/11/2010
Reeditado em 16/08/2020
Código do texto: T2621319
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