Soneto de Emoção
Se escrevo desta forma, creias tu
Que é porque não me atenho tanto aos fatos.
Deixo à mente o som dos teus relatos:
Lindas coisas que tomam meu peito nu.
Saibas, porém, que tudo era mais cru
Quando, ferido, eu punia meus atos
E insistia em dar-te outros tratos...
Mas mudei: sou tua peça de vodu!
Brincas nestes braços que te afagam!
Chafurdas! Fazes do meu peito, lama!
Te perdes no querer em que te envolvo!
Querida, meus prantos, hoje, alagam
Os cantos do meu olho, que derrama
Todo o amor que me dás, e o que devolvo.