DISCURSO DA CARÊNCIA
Você pode não ser nada para os outros
como não é nada pra mim seus defeitos
refém desse medo em não ser perfeito
na cansativa roda dos desencontros
ontem dizia estar quase morto
hoje vangloria-se de propriedades
diferencia-se de minhas verdades
em tudo que amo e ódio me farto
invoquei teu nome no apelo mágico
mas o fracasso no erro da pronuncia
passou idêntico ao vulto que fracassei
o álcool de sonho quimiossintético
fez adormecer a cama de opúncia
quando amanhecer saberei se viverei.