DISCURSO DA CARÊNCIA

Você pode não ser nada para os outros

como não é nada pra mim seus defeitos

refém desse medo em não ser perfeito

na cansativa roda dos desencontros

ontem dizia estar quase morto

hoje vangloria-se de propriedades

diferencia-se de minhas verdades

em tudo que amo e ódio me farto

invoquei teu nome no apelo mágico

mas o fracasso no erro da pronuncia

passou idêntico ao vulto que fracassei

o álcool de sonho quimiossintético

fez adormecer a cama de opúncia

quando amanhecer saberei se viverei.

SB Sousa
Enviado por SB Sousa em 16/11/2010
Código do texto: T2618574
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