Meus versos (1)
Os versos que componho são chinfrins,
sem cheiros perfumados das roseiras,
das alfazemas, murtas e jasmins,
que enfloram nos vergéis, nas suas beiras;
não têm beleza, não, dos bons jardins,
ou das orquídeas brancas, derradeiras,
das samambaias verdes nos xaxins,
das matas, das aguadas pantaneiras.
Embora falem sempre dessa vida,
e cantem a dor e a força da saudade,
não podem refletir seu viço e cor.
Ainda que os escreva com vigor,
não trazem, dessa vida, a densidade,
somente imagem fria, distorcida.
Brasília, 15 de Novembro de 2010.
ESTILHAÇOS, PG. 81
Os versos que componho são chinfrins,
sem cheiros perfumados das roseiras,
das alfazemas, murtas e jasmins,
que enfloram nos vergéis, nas suas beiras;
não têm beleza, não, dos bons jardins,
ou das orquídeas brancas, derradeiras,
das samambaias verdes nos xaxins,
das matas, das aguadas pantaneiras.
Embora falem sempre dessa vida,
e cantem a dor e a força da saudade,
não podem refletir seu viço e cor.
Ainda que os escreva com vigor,
não trazem, dessa vida, a densidade,
somente imagem fria, distorcida.
Brasília, 15 de Novembro de 2010.
ESTILHAÇOS, PG. 81