Meus versos (1)

Os versos que componho são chinfrins,
sem cheiros perfumados das roseiras,
das alfazemas, murtas e jasmins,
que enfloram nos vergéis, nas suas beiras;

não têm beleza, não, dos bons jardins,
ou das orquídeas brancas, derradeiras,
das samambaias verdes nos xaxins,
das matas, das aguadas pantaneiras.

Embora falem sempre dessa vida,
e cantem a dor e a força da saudade,
não podem refletir seu viço e cor.
 
Ainda que os escreva com vigor,
não trazem, dessa vida, a densidade,
somente  imagem fria,  distorcida.
 
Brasília, 15 de Novembro de 2010.
ESTILHAÇOS, PG. 81
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 15/11/2010
Reeditado em 17/10/2020
Código do texto: T2617617
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