Sobre Ninfas e Beija-flores
Quis me conceder seu sono tranqüilo
E, ai! Ninfa dum Parnaso em fúria,
Foi no meu colo que bordaste a usura,
Ustulando, lento, meu simples riso.
Então, num sorumbatismo telúrico,
Cresceu-me uma ânsia de avesso conciso
Que teu sono querençoso dormiu
Em meus olhos, fortes arrebóis surdos.
Ázigo é teu sono, bruto sou eu...
Sou qual beija-flor, o qual beija e bica
A flor viciogênica a que elegeu.
E depois, no rebombar de suas asas,
Fende o ar que à liberdade o incita,
Buscando noutras flores outras casas.
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