Solidão (1)
 
Espio dentro em mim e nada vejo
além da solidão que está comigo,
e fez, do corpo meu, o seu jazigo,
trazendo a dor, tristeza em seu cortejo;
 
tomou-me por seu quarto de despejo,
no coração entrou, buscou abrigo,
igual a bom amante, meigo, antigo,
que volta transbordante de desejo.
 
Chegou, ficou e nele fez morada,
fincou esteios firmes de aroeira,
planeja, assim, ficar, eternamente;
 
espio novamente e vejo nada
além da solidão, minha posseira,
com sua fina lâmina, inclemente.
 
Brasília, 15 de Novembro de 2010.
Sonetos diversos, pg. 84 
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 15/11/2010
Reeditado em 21/08/2020
Código do texto: T2616767
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