SONETO DA ALMA EM DESESPERO
Ainda haverei de quedar em desatino,
Nesta fatalidade inerte que componho;
Sob a valsa das idéias canto um hino
A contentar-me neste cárcere tristonho
Onde não há brilho de um só raio de luz
Que me aclare o entendimento do nada
Solidificado o verso triste me conduz
Às estâncias desta vida estagnada
Onde estão meus ledos versos em brilho?
Onde as cores da existência em que trilho?
Por que as faixas a conterem-me a razão?
O que vejo perante mim é só tristeza...
Como quem mira sobre a toalha da mesa
A umidade vertida em lágrimas de emoção!