Tempo (I)

Deixa-me dançar a Dança das Eras,

Trazendo a benevolência do novo.

Que ouço é a Música das Esferas.

O que gira: engrenagens de ouro.

Entrego-vos verdadeiras mazelas,

As da humanidade, seu agouro.

Com as mais tristes melodias rijas,

Não trago comigo nenhum tesouro.

E, por um dia ter passado sido,

Não vos enganeis sobre meu caráter

Preferiria tivésseis morrido

Para meu ser camuflar o que sabe

E não deixar seu coração ferido

Por minhas incontestáveis verdades.