MAL DE AMOR
MAL DE AMOR
Sei que não deveria mais pensar
em seu olhar, em seu andar macio,
mas é assim que eu vivo, um desvario
que, entretanto, mantém meu caminhar.
Meu canto é triste, é grande o meu penar.
A vida passa e, como eu fosse um rio,
rego a saudade, evito o desafio
de desaguar no mar do seu olhar.
Tudo é ilusão, o mundo é desconforto,
porém o amor não morre, ele é eterno.
É um barco ancorado, a alma o porto.
Em alto mar, porém, a vida é um inferno.
Que fique no meu peito que, já morto,
consegue suportar o mal interno.