Saudades de você
Saudades tenho sempre de você,
daqueles velhos tempos tão felizes,
andando pelos campos, quais perdizes,
e descansando sob os pés de ipê.
Sorríamos por nada, sem porque,
de nossas falhas, tombos ou deslizes,
sem cultivar as mágoas, cicatrizes,
sem brigas, sem tristezas, sem auê.
Recordo, com saudades, da candura
que tínhamos nos gestos, nos olhares,
da timidez dos beijos, dos abraços.
Quisera retornar sobre os meus passos,
e respirar de novo aqueles ares,
sem ruminar a dor que me tritura.
Bras ília, 12 de Novembro de 2010.