SONETO III
Se te perdi, não sei... O tempo vai dizer-me...
Hoje ou amanhã, um dia, eu saberei.
Entrego a Deus a certeza de querer-te,
Confiando assim, não me arrependerei.
Esperar, placidamente, o meu destino
Que se cumpra o sabor da minha sorte
É condenar a minha alma ao torvelinho
A passos largos, feridos, rumo à morte.
Não! Não é isso que quero para mim!
Cultivar sonhos vãos, queixumes e tristezas
Tudo isso é cinza, é pó, só mágoa, enfim.
Eu quero mais do que uma vã espera
Sou a que luta e não se desespera
Pois há uma fera a rugir dentro de mim.