SONETO II
Tantas coisas gostaria de dizer-te
Mas nenhuma delas posso te falar
Há tantas coisas impostas para gente
E uma delas, a mim, é me calar.
Viver calada, a cabeça em torvelinho
É destino que eu cumpro, bem se ve,
De amor secreto e alma em desalinho
É o que me cabe, longe de voce.
Contrariada, inventando mil imagens
Que nada dizem do que sou pra ti
Vou vivendo de sonhos, vãs miragens...
Sempre apostando um pouco mais na sorte
Eu me embrenho nos caminhos para a morte
Com a certeza cruel que te perdi.