NEGOCIAÇÃO [CCLIII]
Teimas comigo a declamar afagos,
e já bem sabes por quem me derramo;
nos lábios teus, uns táteis ‘eu te amo’
fazem de mim o cético dos magos.
De ti, teu doce nome o que mais chamo:
em mim resultam só os teus estragos,
tanto as saudades tuas são meus pagos
e a solidão o status que eu proclamo.
Não há segundo em que te não reclame;
de tanta guerra que me vem no interno,
eis fuzuê que exorta a que me inflame.
Mas sei de cor, também, e com clareza,
que já terei por ti meu bem eterno
– precisas vir da paz à minha mesa.
Fort., 09/11/2010.