Temores

Eu sinto medo quando o amor vacila,
tremula frágil – leve pluma ao vento -
e apenas mágoas dentro em si destila,
tornando-se tristonho, gris, cinzento;
eu tenho medo, desse amor, que é chama,
que a leve brisa, a débil luz apaga,
que é feito de paixão, penosa saga,
e tende a terminar em melodrama;
eu temo tal amor fugaz, etéreo,
que não resiste ao tempo, nem à vida,
e pode, enfim, causar só dor, ferida,
tornar o mundo, enfim, demais cinéreo.
 
O amor devia ser perene rocha
mas é somente flébil e etérea tocha.
 
Brasília, 08 de Novembro de 2010.
Seivas d'alma, pg. 61


 
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 08/11/2010
Reeditado em 16/08/2020
Código do texto: T2603563
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