Eterna noite
 
Se me espiasses dentro o breu interno,
e iluminasses minha face escura,
com teu luar, que asperge luz, candura,
com teu olhar, mais quente do que o inferno;
 
e me chegasses, onde agora hiberno,
sem essas sombras, marcas de tristura,
- do jeito que meu ser demais procura –
terias meu amor, sem fim, eterno.
 
Mas tu te escondes nessas nuvens densas,
sequer pensar em mim, jamais, tu pensas
e aos meus clamores, nunca, tu respondes.
 
E foges, para muito além dos astros,
o escuro céu de espessos, ermos lastros,
distante de meus sonhos, tu te escondes.
 
Brasília, 8 de Novembro de 2010.
Seivas d'alma,pg. 47
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 08/11/2010
Reeditado em 16/08/2020
Código do texto: T2603519
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