Se hoje canto

Se canto agora, feito um menestrel,
e bem feliz  eu lanço meu clamor,
também já conheci o desamor,
desesperanças nuas, dor cruel;

e já bebi do amargo e frio fel,
porém não rimo, nunca, amor com dor
e sem receios amo, sem temor,
transformo minha dor em doce mel.

Jamais se deve ser, do medo, escravo,
o risco sempre está presente em tudo,
nem o silêncio serve como escudo;

amar, sofrer, chorar é bem viver,
quem não sofreu não soube se atrever,
e não bebeu do doce mel no favo.

 
Brasília, 8 de novembro de 2010.


Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 08/11/2010
Reeditado em 30/01/2013
Código do texto: T2603326
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