BOÊMIO
Ó noite, minha ilustre companheira!
Confidente fiel dos meus amores,
Das minhas perdições cheirando a flores,
Boemias sob a lua tão faceira.
Nas minhas madrugadas seresteiras,
Meu canto vai curando as minhas dores,
Meu vicio são os corpos sedutores,
De damas que me deixam sorrateiras.
Ó noite só você sabe meu drama;
Da mágoa que me afoga na luxúria,
Dos copos de veneno que eu consumo.
Daquele amor que me deixou na lama,
Você é quem dilui a minha fúria,
Ó noite, hoje em boêmio eu me resumo!