Tristezas póstumas
 
Se nessa vida, um dia, porventura,
tu, nesse versejar, então passares,
não te rias dos meus tristes sonhares,
pois estarão aquém da sepultura.
(Derek Soares de Castro, Dizeres póstumos)
 
Se um dia lerdes meus sonetos, cartas,
de minha entranha, os versos arrancados
dos meus recantos ermos, sufocados,
nas noites de tristezas longas, fartas;
 
se meus sonetos, cartas, versos lerdes,
tereis, por certo, lívida lembrança,
do meu penar, sofrer, desesperança,
que agora jazem nesses campos verdes.
 
Apenas vos verei do além, distante,
mas, sem poder, querido, versejar,
e nada mais terei a vos falar.
 
No sepulcral silêncio desse instante
e sem que o vosso pranto me acalante,
minha alma, lá do alto, há de chorar.
 
Brasília, 05 de Novembro de 2010.
 Livro: Seivas d'alma, 21


Dudu Oliveira Apesar de tê-lo lido numa outra oportunidade o efeito que colhi naquela leitura permanece. Depois de estudar algumas ocorrências únicas em sonetos, posso dizê-lo pleno, sensível e expressivo a um nível que só poetas almejam alcançar. Digo sem pudor este soneto é um clássico! 29 de junho de 2011.
 
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 05/11/2010
Reeditado em 15/08/2020
Código do texto: T2598483
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