II – SONETO DO DESEMPREGADO..
Manoel Lúcio de Medeiros.
Quantas portas, por emprego já toquei,
Já cansei desta triste situação,
Se os fortes é que fazem sua lei,
Só o pobre vive na escravidão!
E assim, vivo como no abandono,
Sem uma chance, sofro tantas privações,
Foge a paz, e a miséria furta o sono,
Mergulhado, vivo nas desilusões!
Procurei, pelos jornais, e no aviso,
Um emprego que me desse de comer,
Mas em cada porta eu fui rejeitado!
O homem morre quando perde o sorriso,
Só me resta a triste sorte, perecer,
Sinto-me como se fosse um abortado!
Direitos autorais reservados.