II – SONETO DO DESEMPREGADO..

Manoel Lúcio de Medeiros.

Quantas portas, por emprego já toquei,

Já cansei desta triste situação,

Se os fortes é que fazem sua lei,

Só o pobre vive na escravidão!

E assim, vivo como no abandono,

Sem uma chance, sofro tantas privações,

Foge a paz, e a miséria furta o sono,

Mergulhado, vivo nas desilusões!

Procurei, pelos jornais, e no aviso,

Um emprego que me desse de comer,

Mas em cada porta eu fui rejeitado!

O homem morre quando perde o sorriso,

Só me resta a triste sorte, perecer,

Sinto-me como se fosse um abortado!

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Malume
Enviado por Malume em 09/10/2006
Reeditado em 09/10/2006
Código do texto: T259793