A Víbora IV
Nas órbitas celestes do medo escondes
O terrível ódio ancestral da torpe megera
Das sombras emerge a insaciável fera
Na morte sem sorte os anjos respondes.
Num pântano de trevas a tez escura
Flores crescem no arcaico cemitério
Da rainha da morte ao norte deletério
Um espírito eivado de sangue e secura.
Bebendo no cálice vil o líquido mortal
Uma língua seca e um olhar perdido
Nas hordas malignas do meio sepulcral.
Artista da fome mortal do aturdido
Condenado ao degredo triste e infernal
Fujas do Anjo Negro senhor de todo mal.