O HOMEM FERIDO
Eu bem queria agigantar-me ante o funesto!
Tirar do solo pedras para o meu revide.
Lutar, guerreiro, contra o monstro vil, molesto
da prepotência, que me ataca com envide.
Eu bem queria poderosos os meus gestos
de mansidão, boa vontade, eu brando todo,
que me livrassem dos efeitos indigestos
dos insensíveis ogros sujos, barro e lodo.
Mas não consigo reagir contra os ataques
de tais monstruosos vermes, bichos asquerosos
que me arrancaram o valor serenidade.
Eu quero crer que vencerei esses achaques,
não reduzir-me aos meus rancores perigosos.
São minhas gotas de esperança e dignidade.