O HOMEM FERIDO

Eu bem queria agigantar-me ante o funesto!

Tirar do solo pedras para o meu revide.

Lutar, guerreiro, contra o monstro vil, molesto

da prepotência, que me ataca com envide.

Eu bem queria poderosos os meus gestos

de mansidão, boa vontade, eu brando todo,

que me livrassem dos efeitos indigestos

dos insensíveis ogros sujos, barro e lodo.

Mas não consigo reagir contra os ataques

de tais monstruosos vermes, bichos asquerosos

que me arrancaram o valor serenidade.

Eu quero crer que vencerei esses achaques,

não reduzir-me aos meus rancores perigosos.

São minhas gotas de esperança e dignidade.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 03/11/2010
Reeditado em 01/07/2011
Código do texto: T2594021
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