Quimeras, nada mais
                      
Dialogando com Augustos dos Anjos

Não vês? Desfez-se a última quimera...
E o que restou dos sonhos coloridos?
Agora todos mortos, destruídos,
aí no chão, depois de tanta espera;
 
a vida, sempre vil, tudo adultera,
tornando-nos amargos, sós, feridos,
seguimos, pela dor, embrutecidos,
e, dentro em nós, habita a besta fera.
 
Por que sonhar se os sonhos morrem todos?
Se deles não nos restam nem carcaça
e todos se desfazem, qual fumaça?
 
Amigos ou amores são engodos
e morrerão, também, nos podres lodos,
somente a morte amiga nos abraça.
 
Brasília, 3 de Novembro de 2010.
Seivas d'alma,pág. 28
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 03/11/2010
Reeditado em 16/08/2020
Código do texto: T2593826
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