QUEM

Quem, nas duas rosas que balouçam no jardim

percebe o sangue ainda quente do escravo

de olhar parado, apaixonado diz ao cravo

por onde anda o meu sonho de marfim?

Quem, da brisa leve que perambula transeunte

sente o perfume já nos prados e nas colinas

que desde a aurora o seu dia determina

e ouve o murmurio do pensamento saltitante?

E quem sob a letra de Perfidia, a canção

Se faz lembrar de: "Si puedes tu com Dios hablar"

Deixa a pergunta feita ao ar?

E ao cair da tarde, quem não imagina

que nas rosas o pensamento se origina

e na lembrança o meu grande amor foi buscar

Joel A Silva
Enviado por Joel A Silva em 03/11/2010
Código do texto: T2593751