QUEM
Quem, nas duas rosas que balouçam no jardim
percebe o sangue ainda quente do escravo
de olhar parado, apaixonado diz ao cravo
por onde anda o meu sonho de marfim?
Quem, da brisa leve que perambula transeunte
sente o perfume já nos prados e nas colinas
que desde a aurora o seu dia determina
e ouve o murmurio do pensamento saltitante?
E quem sob a letra de Perfidia, a canção
Se faz lembrar de: "Si puedes tu com Dios hablar"
Deixa a pergunta feita ao ar?
E ao cair da tarde, quem não imagina
que nas rosas o pensamento se origina
e na lembrança o meu grande amor foi buscar