VENTANAS
Odir, de passagem
Ao vento invento sons em consonância
ao canto que acalanto na garganta,
igual a um canto d’ave, que decanta
o silente momento da distância.
E o vento invade o curso da sonância
aflando sobre sebes, e levanta
o perfume que arruma em cada planta,
soprando-me das flores a fragrância.
O cheiro de teu cheiro, então, me invade.
O vasto vento a me aventar saudade,
a ventilar monísticos momentos.
E eu cismo que perdi a identidade
pois só você me existe, na verdade,
no volátil da vida envolta em ventos!
JPessoa, 02.11.10