DESAMARRAÇÃO
DESAMARRAÇÃO
Verto pelo poros um suor turvo...profuso...
Destes anos de angústia e de tanta solidão!
E da triste consciência de eu nunca ter podido,
Amarrar as linhas frouxas de fuga da ilusão.
Neste meu duro caminho só de barro rebatido...
Pelas bulhas agitadas do meu frágil coração,
Eu levanto minha poeira...sou um débil desatino...
Aonde perco a razão, por um trago de emoção.
Hoje sei que desafio as ordens deste destino,
E religo vãs estrelas no escuro do meu chão!
Quando sou um céu que chove tempestades de carinhos,
Sou só luminosidade num relâmpago de paixão!
No inconstante desse instante...sou nuven em pergaminho
Aonde traço os meus passos com a força dum trovão.
(SONETO REPUBLICADO)