TEUS LÁBIOS
Mornos, macios, doces sensuais,
Entre o carmim das faces veludosas,
Nas aras das paixões miraculosas
Como dois pomos, túmidos, fatais...
À luz dos sóis, nas campas celestiais,
Pelos jardins do amor pisando rosas...
Riquezas, jóias raras, preciosas...
Não há o que valha ou que mereça mais,
Que o tesouro divino dos teus lábios.
Por eles eu daria a própria vida
Num delírio de amor e sem ressábios
E viveria num ritual de harpejo
Se recebesse deles, ó querida,
A recompensa de um profundo beijo!
Salé, 21/04/80,