CONFISSÃO

O melhor da afeição tenho de ti,
deitada suavemente nos teus braços.
Não desates porquanto os nossos laços,
ou verei a noite escura que não vi.
 
Sei bem que de tua vida sou metade.
Não há culpados do amor acontecido,
invadiu e o coração ficou vencido,
perdido entre a distância e esta saudade.
 
Olhar o teu olhar logo emudeço.
É como ver estrelas em céu escuro,
sentir o verdadeiro amor mais puro.
 
Entretanto este mal do qual padeço,
dar-me a ti, ainda olvidando tal perigo...
Creio sim. O sentimento é merecido.

  

  Ah...Meu amigão,que prazer estes teus versos...

VIAGEM

As almas eu confesso pela eternidade,
o amor diabólico que me custou a vida.
Toda a dor disfarçada, imerecida,
no limite indizível de cada saudade.

A derradeira noite... Liberdade!
O amor esvai-se em plena despedida.
Sob o céu de imensurável medida,
a lua minguante canta por lealdade.

Um raio de luz rasga o universo,
como uma estrela em louca correria.
Sou a dor perdida de um sonho disperso!

Ah! Solidão... Que estranha ventania...
Flutua livremente o meu último verso,
deixando no ar o aroma da poesia.

                                           KNZ


    

Versos do meu amigo e talentoso Miguel Jacó. Gratíssima.

ME ILUDO NÃO POR FALTA DE NOÇÃO

Me iludo não por falta de noção,
Mas sabendo abro portas descabidas,
Como é triste o sentir desta emoção,
Que norteia os caminhos desta vida.

Cada volta que anuncias com clareza,
Me invade como falso uma certeza,
Mas fracasso pela minha natureza,
E me cercam com vigor as incertezas.

Tu me aqueces nestas noites alusivas,
Mas depois vem o frio da tua ausência,
E se quer tenho a quem pedir clemência.

Redobrando estes cuidados afetivos,
Recomendo-te afaste-se de mim,
Não pretendo padecer de amor assim!.

                                         Miguel Jacó


Elen Botelho Nunes
Enviado por Elen Botelho Nunes em 01/11/2010
Reeditado em 05/11/2010
Código do texto: T2590896
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