CAIXA DE SEGREDOS
CAIXA DE SEGREDOS
O ser humano traz no peito uma caixinha
Que os poetas dizem ser de eternos segredos.
Nela guardamos nossos mais faustos enredos,
tal qual antes guardavam na tuia a farinha.
Sinto que nela escondo coragens e medos;
ilusões e amores também nela se aninham
e, lado a lado, os sonhos todos se alinham,
suscitando valores e tristes degredos.
Não pode dizer o poeta o que não sente.
Trabalhando os segredos inventa quimeras,
porque criando sonhos o vate não mente.
Mente-se tão “pessoamente” em novas eras;
nem sente os espinhos; só vê rosas na frente,
pois, pra ele os verões, são eternas primaveras.